A aventura começou cedo numa bela manhã de Abril, eram seis da manhã do dia 8 quando em minha casa no Porto soam as primeiras notas da Wegge Wegge, o despertador do Jó. Levantámo-nos muito depressa, e mal demos por ela já estávamos no metro à espera da linha para o aeroporto. A caminho, encontrámo-nos com o resto dos amigos da costa que tinham ficado a "dormir" na mui nobre casa dos Calões em Matosinhos.
Já no aeroporto, aprendemos algumas coisas sobre viagens: um croissant simples e um café ficam por volta de 4 euros, o gate para onde temos de ir é sempre o que está mais longe, o avião nunca está a horas no sítio que é suposto estar… KEVIIIN!!! Mas lá conseguimos chegar ao avião bem a tempo sem termos que nos sentar no 1A. O Pedro, que nunca tinha andado de avião, sentiu um leve desconforto durante as duas horitas que durou o voo, mas aguentou como um senhor. O céu estava limpo e conseguimos ter belas visões da Inglaterra rural, cheia de campos verdes e ocasionais casinhas de campo habitadas por senhores desdentados e crianças bastardas. Depois de uma bela aterragem, esperámos cerca de 15 minutos numa fila para mostrar os bilhetes de identidade aos senhores da fronteira e, depois de eles decidirem que a fotografia do David era antiga o suficiente para ele já não ser considerado criminoso, dirigimo-nos ao easy bus, que já tinha partido devido ao nosso pequeno atraso. Tivemos que esperar mais meia hora até ao próximo, o que nos deu tempo para ter a nossa primeira refeição em terras da rainha, num cafezito de uma senhora lisboeta (a ironia).
Iniciou-se a viagem pelo lado esquerdo da estrada, o que levou alguns amigos a triparem-se um bocado, enquanto o simpático condutor fazia as rotundas no sentido dos ponteiros do relógio. A certa altura, já depois de vermos alguns carros desportivos e matrículas divertidas, fomos avisados pelo condutor que o autocarro amigo do ambiente estava sem pilhas e tivemos que voltar para trás para pô-lo no carregador, enquanto nós trocámos de autocarro.
A viagem até ao centro londrino demorou cerca de duas horas, com o seu terminus na Baker Street, lar do famoso Sherlock Holmes e com umas lojinhas simpáticas de rock e dos Beatles, que seriam visitadas mais à frente. Dirigimo-nos à paragem de metro, onde comprámos por 5,80 libras um passe diário para o metro e travámos amizade com alguns colegas portugueses que devem ser amigos da pita Marília, cujo análogo britânico também chegámos a conhecer numa viagem de autocarro. Com um bocado de sorte, lá nos conseguimos meter na Central Line que nos levou à paragem que pensávamos ser mais próxima do nosso hostel, Lencaster Gate. Andámos um bocado e perguntámos a um simpático senhor que nos fez chegar à brilhante conclusão que somos nabos e que o hostel era para o lado contrário do qual estivemos a andar nos últimos 15 minutos. Voltámos a entrar no tube e desta vez saímos na paragem certa, Queensway, que era logo ao lado do Royal Bayswater Hostel.
Depois dos pagamentos e afins, e, com medo do que poderíamos encontrar lá dentro, rezámos um pouco antes de subir para o nosso quarto, o 208. As nossas preces foram ouvidas, porque, apesar de er… aconchegante, vá… o quarto era bastante asseado e com uma vista bonita apesar de tudo. A casa de banho também era pequena mas limpa. Largámos as tralhas e apanhámos o tube para Westminster, onde apreciámos as belas vistas de Londres, o Big Ben, a abadia de Westminister, a manifestação sobre qualquer coisa que parecia importante, o rio Tamisa, o london eye… passámos lá o resto de fim de tarde, só a apreciar a beleza de tal cidade, a tirar fotografias a coisas que sabíamos o que eram e a outras a que não fazíamos ideia, mas que eram giras na mesma. Fomos andando sempre em frente na direcção do parlamento, passando pela Royal School of Arts e pelo RITZ, edifícios espectaculares.
Depois de jantar, apanhamos o metro para queensway e explorámos a zona do hostel. Descobrimos que era uma zona bastante animada, dentro do possível, ou seja, animada até as 11 da noite, que é quando fecham todos os pubs e lojas. Era uma zona comercial, com imensos restaurantes, subway, noodle bars, pizza hut, burger king, mc donnald’s, chinesices, japonesices, tailandesices, bares de fumar shicha, etc, etc, tudo muito alternativo e étnico. Passava pouco das onze horas quando já estava tudo fechado e as esperanças de encontrar algum pub aberto reduziram-se a zero. Fomos para o hostel e alguns tomaram banho, outros foram logo dormir e o Moisés não se calou a noite toda e eventualmente foi para o andar de baixo fumar um cigarro enquanto travava amizades com outros ocupantes do hostel, pessoas que estavam à espera do autocarro e com transeuntes aleatórios. Felizmente, não presenciei tal coisa, estava muito bem na minha minimamente confortável e quente cama a dormir e a descansar para o dia que se avizinhava.